A REORGANIZAÇÃO DAS ALIANÇAS NO ORIENTE MÉDIO

A REORGANIZAÇÃO DAS ALIANÇAS NO ORIENTE MÉDIO

Por Edson A Souza – 08.01.2025

As declarações de golpes definitivos e dolorosos do Irã sobre Israel e vice-versa mostraram-se ilusórios. Não assistimos ao cataclismo anunciado, mas, a um reposicionamento dos principais atores. Os homens e as mulheres que, devotados à independência do seu país, tudo sacrificaram em Gaza, no Líbano e no Iêmen devem reorganizar-se sem o apoio dos seus antigos padrinhos.

Sugestão de vídeos:

Vídeo 2242 - 2024-11-25 - APROXIMA-SE A DESTRUIÇÃODE ISRAEL 

https://redeglobaldecomunicacao.net.br/video/a6d464278a87547dc01110da9ac224c6

 

Vídeo 2232 - 2023-12-20 - CATAR, IRMANDADEMULÇUMANA, HAMAS E ISRAEL

https://redeglobaldecomunicacao.net.br/video/a8c8b413d966693b7949fe0d23a1c9b8

 

JORNAL REDE GLOBAL

12.01.2025 - Pentágono ataca o Iêmen - ProjetoAlargando o Oriente Médio

https://redeglobaldecomunicacao.net.br/feed/read/9952

 

Intervindo na televisão, em 18 de Outubro, Benjamin Netanyahu, Primeiro-Ministro israelita, declarou : « O Eixo do Terror que foi construído pelo Irã afunda-se diante dos nossos olhos. Nasrallah está morto. O seu adjunto Mohsen está morto. Haniyeh está morto. Deif está morto. Sinwar está morto. O reino de terror que o regime iraniano impôs ao seu próprio povo e aos povos do Iraque, da Síria, do Líbano e do Iêmen acabará igualmente. Todos os que buscam um futuro de prosperidade e de paz no Médio Oriente deveriam unir-se para construir um futuro melhor. Juntos, podemos afastar as forças da obscuridade e criar um futuro de luz e de esperança para todos nós ». Em nenhum momento, ele cita os verdadeiros criadores do terror no Oriente Médio, O Rei do Sul (a potência mundial anglo-americana USA / seus aliados OTAN, EU e outros).

Desde há um ano, assistimos a orgulhosas declarações e ameaças das autoridades israelitas e iranianas. Cada um, como um galo apoiado nos esporões, garante-nos que suas respostas serão definitivas e dolorosas. Ora, os dois ataques iranianos (Operação «promessa verdadeira» de 13 de Abril e de 1 de Outubro) e os dois ataques israelitas (19 de Abril e 26 de Outubro) não cumpriram os seus anúncios. Nem Teerã ou Tel-aviv procuraram destruir os objetivos estratégicos do adversário. Tudo não passa de dialéticas para encobrir os planos reais... Sim, Israel sofrerá um ataque devastador no futuro próximo, assim como o Rei do Sul... Mas, ainda existem peças no tabuleiro a ser movidas em direção ao plano que não irá concretizar-se na Grande Israel.

Há profundos laços de uma parte da classe dirigente iraniana e dos « sionistas revisionistas ». Estes grupos são muito minoritários, muito embora os primeiros tenham acedido várias vezes à presidência da Republica islâmica e os segundos estejam hoje em dia no Poder à cabeça do Estado hebreu. Mesmo que isso seja difícil de admitir, nenhuma destas duas nações é o que as pessoas acreditam e chamam de “uma democracia” e os seus dirigentes podem fazer discursos muito distantes da realidade sem ser derrubados pelo povo (embora os Iranianos tenham derrubado o Xá, há 45 anos).

No entanto, os dois exércitos, embora estivessem proibidos de atingir significativamente o seu adversário, não se contentaram em lançar fogos de artifício. Aproveitaram os seus disparos de mísseis, terra-terra pelo Irão e terra-ar por Israel, para testar os sistemas de defesa anti-aérea e para tentar destruir as suas capacidades ofensivas (o Irã atacando a base aérea dos F-35 e Israel atacando as fábricas |usinas| de fabricação de combustível sólido dos mísseis hipersônicos).

« Os Estados Unidos e os sionistas receberão uma resposta esmagadora pelo que fazem contra o Irã e a Resistência », declarou o aiatolá Ali Khamenei, guia supremo da Revolução iraniana, em 2 de Novembro de 2024.

Até à data, parece que as Forças Armadas iranianas podem atingir Israel onde quiserem sem que este e os seus aliados ocidentais sejam capazes de abater os seus mísseis hipersônicos (comprados da Rússia com tecnologia embarcada americana - afinal os russos compram suas armas via OTAN (França/Alemanha) do complexo-militar-americano)), se ainda os possuírem. É muito mais problemático para a Força Aérea Israelita bombardear o Irã em profundidade. Os seus aviões têm dificuldades significativas em chegar às fronteiras da República Islâmica para disparar os seus mísseis de longo alcance. Mas, Israel sabe que pode contar com o reabastecimento em voo dos seus aviões pela Força Aérea dos EUA e com a passividade dos regimes árabes sionistas, quer dizer, dos Jordanos e dos Sauditas.

No plano político, é de notar que a última operação israelita (a de 26 de Outubro) foi justificada como uma réplica ao ataque da Resistência Palestiniana em 7 de Outubro de 2023 (Operação «Torrente de Al-Aqsa»). Na realidade, Tel-aviv não podia pretender replicar ao bombardeamento de 13 de Abril, realizado como represália ao que foi feito às instalações diplomáticas iranianas em Damasco, em 1 de Abril, que constituiu, só por si, uma grave violação do Direito Internacional. Também não podia invocar o bombardeamento iraniano de 1 de Outubro, que respondeu ao assassínio de um líder estrangeiro no seu solo (Ismael Haniyeh, 31 de Julho) e o do General Abbas Nilforoushan no Líbano (durante o de Hassan Nasrallah, em 27 de Setembro).

Torna-se cada vez mais difícil para Tel-aviv justificar de forma credível as suas ações pelo Direito Internacional: - apresentar o Irã como responsável do ataque palestiniano de 7 de Outubro de 2023 não tinha sido evocado à época e não há nenhum dado novo que permita justificá-lo. É mesmo uma aberração em relação à doutrina do «Eixo da Resistência» do General Qassem Soleimani (morto por intromissão e interferência no tráfico internacional comandado pela OTAN na conexão Aleppo – Caracas), segundo a qual cada unidade nacional deve agir com total independência. É apenas uma repetição da visão ocidental segundo a qual, pelo contrário, estas unidades nacionais não passam de representantes (proxys) do imperialismo iraniano.

Em Israel, o ataque de 26 de Outubro de 2024 foi apresentado como a punição, um ano depois ao de 7 de Outubro de 2023. Assistimos, portanto, a uma evolução no sentido de uma teocracia assumida em «Jerusalém», tal como em Teerã (coloco aqui Jerusalém entre aspas porque não é a capital internacionalmente reconhecida do Estado hebreu).

A atitude iraniana é incompreensível para os seus aliados regionais (compreensível do ponto de vista das pessoas que sabem que tudo á uma ilusão - governantes são base da pirâmide - as ordens vem lá de cima). Teerã não atacou Israel como tinha anunciado e recusou dar ajuda ao Hezbollah. Avisou antecipadamente os ocidentais sobre o que ia fazer para que eles pudessem interceptar os seus mísseis e prosseguiu as suas negociações com os Estados Unidos. Ao fazer isso, acabou com o «Eixo da Resistência».

Simultaneamente, Teerã pressionou o Hezbollah a escolher primeiro Sayyed Hachem Safieddine para suceder Sayyed Hassan Nasrallah, depois o Xeque Naïm Qassem após o seu assassinato. Ora, Safieddine era acima de tudo «o homem de Teerã» e Qassem é «o homem dos mulás». Ambos, não eram, tanto o primeiro como o segundo, capazes de manter a independência do Hezbollah. A Resistência Libanesa continuará, sem dúvida nenhuma, com ou sem Teerã, o que significa com ou sem o Hezbollah.

Ostentando a reviravolta do seu país, Masoud Pezeshkian, o Presidente iraniano, não cessa de proclamar que, « se os muçulmanos estiverem unidos » (que não estão), o regime sionista não poderá continuar a cometer crimes. A reviravolta do Hamas, por seu lado, é já perceptível. Embora ignoremos quem sucedeu a Yahya Sinwar, o mais provável é que a organização vá agora ser dirigida em Gaza por um membro da linha-dura da Confraria dos Irmãos Muçulmanos, Khalil Hayyé. Desta forma, o Hamas voltará ao que era antes de 2017 : um partido político islâmico que luta contra a Fatah laica (ou seja, contra outros Palestinianos) e não uma rede de resistência contra a colonização israelita.

Uma vez mais, assistimos a um dos momentos históricos de recomposição de alianças, não correspondendo a lógica das instituições à das causas que afirmam defender. Tudo isto faz sentido e mostra que não existe hinos, bandeiras e soberanias. Quem realmente distribui as cartas estão sentados a milhas de distância movendo seus peões – a Estrutura Mundial de Poder e o seu cetro militar. Esses bonecos pertencentes a irmandades, sociedades e afins secretos não passam de meros fantoches (as pessoas que estudam esses párias ocultistas veneram o lado diabólico disto e se acham sabedores da verdade.. na realidade apoiam tudo que estes fazem, veneram o mal), como todos que servem ao grande inimigo da humanidade. Caminhos para os últimos capítulos deste sistema. Contagem regressiva...


Posted 9 months ago