12.01.2025 - Pentágono ataca o Iêmen - Projeto Alargando o Oriente Médio - Por Edson A Souza

APÓS O IRAQUE, LÍBIA, GAZA, LÍBANO E A SÍRIA - O PENTÁGONO ATACA O IÊMEN 

Por Edson A Souza – 07.01.2024

Depois de ter destruído o Iraque, a Líbia, Gaza, o Líbano e a Síria, ele lança os seus homens contra o Iêmen. Mas, na realidade, a destruição do Iêmen é apenas mais uma etapa da estratégia de implantação de um Médio Oriente Alargado, em direção ao projeto da Grande Israel. Não creiam em narrativas da inevitabilidade do choque de civilizações, tudo isso não passa de uma encenação para fazer você aceitar o inaceitável.

Desde 7 de Outubro de 2023, assistimos a um massacre dos Palestinianos, a uma invasão do Líbano e da Síria. Desde há duas semanas, a guerra desloca-se para o Iêmen.

Como sempre, as mídias internacionais que servem aos interesses da Estrutura Mundial de Poder que controla os militares em todo o mundo (que por fim controlam o sistema financeiro e as corporações em geral), segmentam as informações e explicam-nos cada acontecimento por certos fatores locais, por vezes exatos, por vezes falsos. Enquanto nos debatemos com esta mistura, não conseguimos ver que todos estes acontecimentos pertencem a um plano maior. 

Agora, ao que assistimos é à terceira etapa do Plano elaborado por Donald Rumsfeld (Governo Bush) e pelo Almirante Arthur Cebrowski, em 2000. Seguindo a tradição norte-americana, que o General Smedley Butler tinha resumido em 1933 no seu célebre discurso War Is a Racket (A Guerra é um saque), o Pentágono atribuiu-se a missão de destruir todas as instituições políticas no «Médio-Oriente Alargado» (ou seja, numa zona indo da Argélia ao Cazaquistão passando pela Somália, excluindo claro, Israel e eventualmente de Marrocos).

Smedley Butler explicava : «Estive 33 anos e 4 meses em serviço ativo e, durante esse período, passei a maior parte do meu tempo como homem de mão para o mundo dos negócios, para Wall Street e para os banqueiros. Em resumo, eu era um saqueador, um gangster ao serviço dos interesses militares (por fim, interesses da Estrutura Mundial de Poder que controla as cordas dos fantoches militares). Ajudei a garantir segurança no México, mais especificamente na cidade de Tampico, para proveito dos grupos petrolíferos americanos, em 1914. Ajudei a fazer do Haiti e de Cuba locais apropriados para que os homens do National City Bank lá pudessem obter lucros. Ajudei à violação de uma meia dúzia de repúblicas da América Central em benefício de Wall Street. Ajudei a purificar a Nicarágua para proveito do banco americano Brown Brothers de 1902 a 1912. Trouxe a luz à República Dominicana em benefício das empresas açucareiras americanas, em 1916. Entreguei Honduras às empresas frutícolas americanas, em 1903. Na China, em 1927, ajudei a que empresa Standard Oil fizesse os seus negócios em paz ».

Hoje, as Forças Armadas norte-americanas, cuja missão não é defender a integridade territorial do país, mas defender os interesses militares e desta Estrutura Mundial de Poder, na sua versão mais sombria (a defesa da pátria EUA incumbe exclusivamente à Guarda Nacional), destroem o Iraque desde 2003 , a Líbia e a Síria desde 2011, o Iêmen desde 2014 e, dentro em breve o Irã. Portanto, entenda, que as forças militares americanas fora do território americano serve a interesses de um Estrutura Mundial de Poder e não americanos exatamente.

O Doutor e grande assassino de marionetes, fantoches e avatares Henry Kissinger teria dito : « It may be dangerous to be America’s enemy, but to be America’s friend is fatal » ( Pode ser perigoso ser inimigo da América, mas ser amigo da América é fatal).

Isto foi o que Muamar Kaddafi disse no Congresso da Liga Árabe de 2008 : não somente os Estados Unidos não respeitam os seus aliados, como estes são geralmente as suas primeiras vítimas. Ele dava o exemplo do Presidente iraquiano Saddam Hussein, antigo agente da CIA, enforcado depois do seu país ter sido vencido, e alertava os seus confrades. Ora, em seguida, ele fez uma aliança com o Presidente George Bush Jr. e desmantelou o seu arsenal nuclear. Foi por tal calorosamente saudado antes do seu país ter sido destruído e ele ter acabado linchado.

Em 2002, a Arábia Saudita conseguiu à justa escapar à destruição. Mas é apenas um adiamento. Neste jogo sinistro, cada dominó é levado a cair um após o outro. Sem exceção!

Segundo o Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (Sipri), uma autoridade em matéria de comércio de armas, os Estados Unidos forneceram 22 mil milhões (bilhões-br) de dólares de armamento a Israel durante o massacre dos Gazenses. Estas armas incluem, entre outras, 70. 000 toneladas de bombas, ou seja, tantas como todas as utilizadas para destruir Dresden, Hamburgo e Tóquio durante a Segunda Guerra Mundial.

Persistimos em tomar Benjamin Netanyahu como responsável da limpeza étnica em Gaza. Certo, foi ele que tomou a responsabilidade, na linha das declarações do seu mestre Vladimir Ze’ev Jabotinsky, mas ele não passa de um pequeno executante da política de Washington. Do mesmo modo, podemos acusar Netanyahu de pôr em prática o Plano de Oded Yinon no Líbano e o Plano « A Clean Break : A New Strategy for Securing the Realm » (Uma ruptura clara : uma nova estratégia para securizar o reino de Israel, conhecida pelo projeto Grande Israel) na Síria. Tudo isso é importante, mas é apenas secundário.

Persistimos em ter os Britânicos como responsáveis pela progressão do sectarismo no Médio-Oriente. É certo, foram eles que, com Lawrence da Arábia, organizaram a Grande Revolta Árabe de 1916-1918 que colocou no Poder os Saud e a seita dos Wahhabitas na Arábia Saudita. É certo, foram eles que, com Lord Herbert Samuel, organizaram a Grande Revolta Árabe de 1936-1939 na Palestina. É certo, foram eles que, com Sir James Craig, organizaram a Primavera Árabe dos anos 2011-2012 que pôs no Poder a Confraria dos Irmãos Muçulmanos no Egito que trafegam dentro da Casa Branca. E são eles quem, mais uma vez, estão hoje por trás de Ahmad el-Chareh, (dito “Jolani”-ndT), em Damasco. Mas, se apoiam sistematicamente em guerras promovidas pelos Estados Unidos e se aproveitam sempre para tirar benefício delas, mas, não são eles quem dirige o jogo.

Vemos atualmente a guerra deslocar-se para o Iêmen. Esse país já profundamente atingido pelas operações preliminares que aí se desenrolam desde 2014 : quase 400. 000 mortos, diretos ou indiretos. Oficialmente Israel responde aos bombardeamentos do Ansar Allah, oficialmente os Estados Unidos e o Reino Unido respondem, esses, aos ataques contra navios no Mar Vermelho. Mas o Ansar Allah não faz mais do que apoiar os civis gazenses massacrados pelas FDI, que é o que todos nós deveríamos fazer – porém, ninguém faz nada (muito menos as Nações Unidas, o fantoche maior). 


Posted 9 months ago